domingo, 28 de agosto de 2011

Benigno Estevão de Sousa, 22 de Julho de 1938 a 30 de Novembro de 2007.

          Benigno, nasceu na antiga Rua do Comércio (hoje Rua Cel. João leite), na casa de Sônia de Maria das Dores (hoje casa de Bubil). Era filho do casal Cândido Benigno de Sousa e Francisca Izabel de Sousa, suas primeiras letras iniciadas mais ou menos no ano de 1945, na antiga escola de dona Marinheira e lá cursou até 4º série primária, sabe-se que deu muito trabalho a sua saudosa professora, com suas travessuras de menino que renderam a ele alguns castigos.
Homem feito casou-se com a jovem Maria da Salete Bispo de Sousa, no dia 10 de dezembro de 1965, e deste relacionamento feliz nasceram os filhos, Estela Mares, Damares, Francisco Benigno, Clodoaldo (Adinha), Valmares, Lindamares e Valma Laene.
Seu talento sempre foi para os serviços de lanternagem, trabalhou na oficina de Zé Nicácio, e começou a comprar materiais de oficina para si, e no ano de 1978 abriu sua própria oficina, localizada na Rua Pe. Amâncio Leite, foi quando  Levi Olimpio Ferreira antigo conhecido (que se tornara prefeito de Pombal), o trouxe para trabalhar na Rua João Lúcio Pereira no ano de 1984.
Algo que marcou a lembrança do pai Benigno, para os seus filhos era o jogo de sueca com os amigos no terraço de casa nos horas de folga, na Rua do Rio (rua de Baixo), e da paixão que sentia pela musica, em especial nas vozes inesquecíveis de Luis Gonzaga e Nelson Gonçalves. Gostava tanto de ouvir estes cantores que todos os dias quando o vizinho ligava o motor rádio no programa de musicas do Luis Gonzaga ficava no portão fitando o rádio ao longe como se estivesse num completo relaxamento. Possuía um vasto acervo destes dois artistas, além de outros cantores da antiga que conquistaram tantos brasileiros. Soube que ligava o seu som e cantava as suas preferidas, com voz de um amador, mas que agradava a quem o ouvia gesto repetido antes de nos deixar, pois fora acometido de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Para todo mundo dava uma alcunha (apelido), em todo mundo mesmo, pois na filha Estela, repreendida pela mãe Salete, devido às suas peraltices ele dizia: - você já virou um ``casco de burro``, e não aprende, este termo pegou!  
Lembro-me de Benigno lidando com seus funcionários: Negro Chico, Marquinhos de Negro Antônio(Aleijado),  Antônio (Carrapato), Sula (Boca Preta), e Deda(Meota), claro que passaram outros, e era bem engraçado a forma como tratava todos eles, sempre coma maior gozação, tirando a paciência dos jovens. A gente era crianças e ficava na porta da oficina e ajudava a lixar os carros  que ele pegava para pintar, isso de dia, e no final da tarde aprendíamos a aprumar carro na oficina de Benigno. Funcionava assim, os homens se esforçavam empurrando os carros e nós conduzíamos até o interior do prédio, e a noite, bom, a noite, Cielio(Carcará), Lindomar(Gazo), Júnior (Boquinha), eu além de outros meninos daquela rua, brincávamos nos carros que ficavam estacionados na porta da oficina. Eu lembro que ficava torcendo para ficar algum pois era muito interessante apertar os pedais da embreagem, freio e acelerador, e se não ficasse teríamos de inventar outra brincadeira como do tipo: toca, rouba bandeira ou garrafão.
Benigno me respeitava muito, geralmente algum mal feito que aparecia ele colocava para Cielio ou para os outros meninos. Era comum acordar e de longe visualizar ele acocorado na porta da oficina, gritando com o vizinho, ele perguntava: - Foi você, não foi Carcará, que mexeu nos carros ontem a noite? Eu tomara ver viu! De casa eu ficava só olhando o menino com ar desconfiado só balançava a cabeça negativamente, mas que sabia que tinha sido agente mesmo!
            Menino é fogo, ora acerta, mas também se perde, começava o trabalho dai a pouco os insultos começavam, cada qual que quisesse agradar mais , para ser escolhido e dirigir a tardinha. De repente ele chegava e botava todo mundo para correr dizendo: - Vão acanalhar na casa de vocês magote de vagabundo! E todos se espalhavam, não havia o que fazer, era esperar para cair no esquecimento e voltar todo encabulado novamente. Uma vez lembro-me que ele prendeu Cielio no prédio de Lobão (estava emprestado à oficina para guardar alguns materiais), mas soltou cinco minutos depois, o amigo estava se desmanchando em lágrimas, era bem engraçado, e como eu fiquei rindo ele prometeu me prender também, só que não conseguiu me pegar, pois eu quando estava com medo corria bastante, por este motivo escapei!
            A rua ficou deserta quando Benigno retirou a oficina, não me lembro agora os motivos reais, que o levaram a fazê-lo, só sei que fez! Aí só o víamos aos domingos, quando ele vinha religiosamente visitar os amigos que fizera, na nossa rua. Era muito interessante vê-lo rindo, pois levava a mão à boca já sungando os ombros e rodando para o lado.
            Ao amigo Benigno muito obrigado por seus serviços prestados a nossa Pombal, pois sua simplicidade e seu jeito de homem /menino fez florescer a alegria nos corações de muitos que participaram de sua vida, que Deus o recompense muito e te dê a paz.


                                                                         Texto de Paulo Sérgio

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