Filho
do casal José Marcelino de Souza e dona Maria Raimunda da Conceição, Luís
criou-se junto dos seus irmãos: Francisco, Hosana e Rita Marcelina (mãe de
Sérgio Lucena, in memória), nasceu nos arredores de Paulista, na época,
município de Pombal. Estudou até o quarto ano primário, não pode continuar, pois
tomava conta da família (Soube que quando quiseram levantar sua primeira
casinha, seu Luís ficou no sitio cuidando dos trabalhos da roça, e o seu irmão Francisco
Marcelino, iniciou seu trabalho na Empresa Brasil Oiticica), quando deixou a
propriedade, veio para Pombal, tentar a vida como operador de máquinas na
Brasil Oiticica, junto com seu irmão, iniciando em meados da década de 40 e se
estendeu até o início dos anos 60.
No
dia 08 de dezembro de 1965 (dia de Nossa Senhora da Conceição), conheceu
Felizarda Benigna de Souza (ela era
filha do casal Júlio Benigno de Souza e Maria Firmino de Sousa, neste dia já
trocaram alianças; 04 de dezembro de 1966 confirmaram o compromisso, casando no
dia 28 de dezembro de 1968, meses após ele regressar de Fortaleza- CE, onde
também trabalhou. Desta união, nasceram os filhos José Marcelino Neto e Luis Filho, e os educou com muito zelo.
Dona Vanda comentou, que Luís, era tão brincalhão que inventou a brincadeira do
apanhado, aplicada quando os meninos diziam que ia sair; a brincadeira era,
segundo dona Vanda: -‘’Quando os meninos iam saindo de casa, Luís corria e
gritava: - Apanhado! Está com você! Aí
não prestava não, começavam a correr para tocar nele e devolver o apanhado, era
muito bonito vê-los assim!’’ Vanda Continuou: -‘’ Uma vez ele comprou umas
mangas lá na banca de Benigno Inocêncio (in memória), no mercado, as mangas
eram tão azedas, que não tinha quem agüentasse chupar, aí foram para a lavagem.
No outro dia ele foi na banca de Benigno aí cheio de brincadeiras disse: - Mais
Benigno, meu amigo, ontem a noite eu estava sentado na sala e ouvi os porcos
gritando, aí eu pensei que eram os meninos dando neles, eu reclamei, e um deles
gritou que não estava dando nos bichos, mas era eles que estavam chupando as
mangas que eu comprei ontem aqui!’’
Luís
Marcelino,trabalhou como telefonista, quando os telefones eram instalados na
Escola João da Mata. Trabalhou ainda na cooperativa agrícola, mas devido a
problemas de saúde ele foi encostado. Dona Felizarda, sua esposa, contou: -‘’ Dr.
Ademir diagnosticou Hérnia de disco, mas como estava meio receoso o encaminhou
para João Pessoa. Antes de viajar fez exames com Dra. Menininha, e também bateu
um raio-X, antes de viajar. Nisso quando lá apresentamos, revelaram um problema
renal(um rim era maior que o outro e estava paralisado, tinha de fazer
tratamento para reduzir), já estava pronto para ser cirurgiado, quando uma
mulher disse para minha irmã(que na data trabalhava no Hospital Laureano, e conseguiu
novos exames para ele), não deixar ele ser operado, então apresentou os resultados
ao Dr. Arthur(In memória), que de fato, não recomendou a cirurgia, pois
segundo o médico ele ao ser anestesiado não mais levantaria daquela cama, apenas o tratamento era o suficiente. Eu só sei
que ele voltou para casa e por muitos
anos ficou sem sentir nada.’’
Dona
Vanda disse: -‘’Feliz de quem tem um esposo como o meu! Ele era atencioso,
respeitador, homem honesto e dado ao trabalho! Luís depois que foi encostado,
comprou um carro e foi trabalhar como taxista. No seu tempo eram: Pedro
Victor(Assassinado covardemente na Serrinha, na década de 80), Chico Raul e seu irmão Manoel,
Jonatan(João Nata, in memória, pai de
pastorzinho), além de Flecaman (hoje aposentado), Negro Bia, Edigar, Gregório,
Luís Cristiano, Orígenes, Chapéu (in memória), Nanico, Osvaldo Otacílio, Zé
Lagoa, Bolinho( morto por um patrulheiro da Rodoviária Federal, por causa de mulher),
e Zominho (este auxiliou em alguns nomes
na pesquisa), na ativa, ainda, no que restou da velha praça de taxistas do
centro da cidade. Sei que quando ocorreu o caso com Pedro Victor, estávamos pensando
que tivesse sido Luís, pois só falavam em um taxista de cabelos grisalhos e com
isso, ao ser esclarecido tudo, ele ficou meu receoso, mas não se intimidou!
Bom, nós queríamos que ele deixasse, mas nunca o forçamos a nada, sempre ficou
muito a vontade!’’
Luis
Filho disse: -‘’ Certa vez aconteceu um acidente próximo de Paulista, e veio um
rapaz pegar um taxi, para socorrer os feridos, eles saíram e andaram muito,
quando papai perguntava aonde era o local, o rapaz só dizia: Não sei, é ali! E
foi dando um negócio ruim, nele, então de repente avistaram uma grande pedra, e
abaixo os feridos. Pai então disse: -Mais rapaz você me deu um susto! Eu
pensava que fosse um assalto! O que aconteceu , foi que o pobre rapaz estava
nervoso devido o susto do acidente, que estava desorientado.’’
Seu Luís estava numa cidade em Fortaleza-CE, com Chico, e pediram
um prato de macarronada, mas quando
serviram o prato constataram que o macarrão era seco e coberto de óleo, ai ele exclamou
lá ao garçom: -‘’Eu saí da Paraíba para comer este macarrão com óleo, por
macarronada! Todos riram dele!’
Todas as tardes ele ia na casa de Bubil, pois me recordo sempre
passar pela Rua do Comércio, e topar com ele lá, sentado no batente da porta,
serio, mas observador aos transeuntes daquela famosa rua.
A Luís Marcelino o nosso muito obrigado, sua garra proporcionou inspiração
a
diversos pombalenses, que hoje também batalham para vencer nos diversos campos
da vida. Fostes um exemplo de superação e de vitória. Que o Deus da vida, o
recompense, e te conceda a paz.
Texto, Paulo Sérgio