domingo, 22 de julho de 2012

Wilson da Nóbrega Seixas (Historiador), 15 de julho de 1916 a 11 de março de 2002




         Wilson nasceu na Rua do Comércio no seio de nossa cidade. Seus pais eram Newton Pordeus Rodrigues Seixas(autor do Hino de Pombal) e Natália Nóbrega Seixas. Eram seus Irmãos: Newton e José Nely(in memória, quando ainda criança), Hedi Nóbrega, Maria das Graças e Maria de Lourdes. Estudou as primeiras letras em casa com seu pai Newton Pordeus(que na época fora transferido de Sousa para lecionar em Pombal).
Por serem de poucas posses, a família enfrentou batalhas árduas e as dificuldades não foram poucas, pois sabemos do prestigio que tem um professor nos dias atuais, por parte dos governantes, então imaginemos diante dos governos do passado!
Em conversa com Zélia Carneiro em seu apartamento em João Pessoa-PB ela disse que  Wilson  não disponibilizava de muitos recursos, que poucos sabiam a sua verdadeira história de lutas e dificuldades. “Wilson Seixas, passou muita necessidade quando estudou no Recife-PE. Ele contava que a noite, forrava a rede com folhas de jornal, os pés e braços, os cobria com folhas de revistas, pois sofria muito com o frio.” Seus pais eram humildes, muito humildes!  Zélia comentou: -“Ele perdeu os pais vitimados pela tuberculose (devido as necessidades que passaram), em decorrência disso Wilson tinha um trauma de fome. Para se ter uma idéia, ele não gostava de mesa com pouca comida (sempre mesa farta), e ficava prestando atenção se os filhos estavam comendo bem!”

“Me entristeço por saber que não tem nada em homenagem a Wilson! Eu perdi o meu marido, que deu a vida revirando aqueles livros antigos para escrever o Velho Arraial de Piranhas, no centenário de Pombal - PB, e  Pombal em nada o prestigiou” Zélia Carneiro

Sobre a publicação da nova edição do Velho Arraial de Piranhas Zélia Carneiro fez questão de comentar: -“Não recebi um centavo de Rafael e Carneiro Arnaud, como foi colocado na nova edição, e pode dizer que eu comentei isso para você, porque é verdade!” Ironizou!
Zélia Carneiro lembrou: -‘’Eu estava noiva com Wilson quando Dr. José Américo de Almeida (este foi o responsável maior pela composição da Música Maringá, Maringá de nossa cidade, pois ele era amigo particular de Joubert de Carvalho, que queria homenagear a cidade natal de Américo, e este por sua vez pediu que a compusesse em homenagem a Pombal, cidade do seu também amigo Ruy Carneiro, que tinha uma lenda de uma jovem que por lá passara e deixou muita saudade. A lenda vinha, segundo a professora Socorro Martins desde o ano de 1886, e o resultado foi esta belíssima canção que pode-se dizer, é o segundo hino de Pombal), saiu candidato a governador, na época ele era ministro, um dia ele veio a Pombal-PB, a convite dos meus tios, Ruy e Jandhuy Carneiro, e ficou hospedado lá em casa. Pela manhã logo cedo ele acordou, foi banhar o rosto no banheiro, nisso eu então fui perguntar se ele aceitava um cafezinho. Ele  me perguntou: - Dona Zélia, a senhora é noiva? Eu já o cortei: -Ministro por favor não me chame de dona, eu sou uma jovem e não sou dona nem de mim! Chame-me de você! Então ele perguntou: - Vai casar quando? Aí eu expliquei que o noivo era recém-formado, e não tinha emprego ainda. E ele perguntou: - Ele é médico? –Não, é dentista,eu respondi. Aí ele falou assim: - Olhe, eu vou ganhar essa eleição, e te prometo, que o meu primeiro ato como ministro, será nomear seu noivo como dentista do estado! Eu mesma não dei crédito! Só me afastei, pois Wilson era ciumento, e podia cortar ciúmes do ministro, apesar de ser ele um velho, já!’’ Ela continuou: -“Passou o tempo, e quando foi um dia, acredito que no dia que caiu um raio por trás da Rua Nova, lá na Padre Amâncio Leite, e atingiu uma mulher que estava cozinhando batatas, ela ficou toda queimada! Nesse mesmo dia bem a tardinha estávamos sentados Wilson e eu na calçada da casa de papai. Então chegou Ribinha, com um telegrama na mão para mim. Quando Wilson o viu com aquela correspondência, deu de garra rapidamente para saber quem era que estava me escrevendo, então leu. Com um pedacinho aí olhou assim e perguntou: - Zélia, você pediu alguma coisa ao ministro José Américo? Eu que nem me lembrava da promessa feita, pois não confiava em político, uma vez que eu sempre via, como eram os de casa,aí eu disse: - Não! Wilson disse assim: - É porque está dizendo aqui que conforme lhe prometera em campanha esta me nomeando dentista do estado. Aí eu simplesmente esnobei com um singelo: -E foi? –Que bom! Me fazendo de desentendida, não sabe?!’’
Após assumir seu primeiro emprego, Dr. Wilson da Nóbrega Seixas, contraiu casamento com Zélia Carneiro Arnaud Seixas, em 28 de fevereiro de 1952, e tiveram os filhos: Antonio Chateaubriand, José Wilson(in memória), e Lígia Maria, eles viveram 50 anos de muita união.Soube que havia um acordo entre o casal, o filho homem Zélia escolheria o nome, e a mulher seria Wilson. Então quando nasceu o primeiro filho do casal, o pai de Zélia, levou a criança sozinho ao cartório de registros de pessoas naturais, e deu o nome de Antônio Chateaubriand, em sua homenagem, mas o nome ficou muito extenso, quando Wilson soube não comentou nada. No ano seguinte, nasceu o segundo filho, e no outro dia, ele acordou bem cedinho e foi registrar a criança dizendo :- ‘’Quem vai registrar este aqui sou eu! Vai se chamar José Wilson!’’
Em 13 de maio de 1964, saiu com a sua família para morar em João Pessoa, e lá permaneceu até os seus últimos dias de vida.
Ao conversar com dona Mimosa de Zé Gomes sobre Wilson, esta teceu o seu comentário: - ‘’Wilson, não tinha o costume de estar em rodas de amigos, não. Ele era calado, na dele. Não sorria para ninguém, mas era muito alinhado. Me lembro: usava sempre  sapatos brancos, as vezes de gravatinha, muito bem vestido! Ele passava pela gente, e até cumprimentava com um bom dia, ou ,boa tarde, mas nuca passava disso! De vez em quando eu via casal junto desfilando pelo centro da cidade, era muito bonito isso, eles eram bem casados.’’
Dos muitos serviços desempenhados por Wilson Seixas, destaco aqui a Sociedade de Assistência Dentária à Maternidade e à Infância de Pombal(situado no antigo prédio da promotoria, de fronte a praça da alimentação), por fim desta sociedade, o patrimônio foi incorporado ao do Hospital e Maternidade Sinhá Carneiro,além do lançamento do livro O Velho Arraial de Piranhas em 21 de Julho de 1962 por razão do centenário de Pombal.
Admirava o trabalho elaborado pelo historiador Wilson Seixas! Lendo o seu celebre livro O Velho Arraial de Piranhas(que completa 50 anos do seu lançamento no dia de hoje, e por sinal, abriu as portas para o seu brilhante autor no cenário paraibano, tamanha foi a sua repercussão),  este despertou a minha curiosidade por Pombal. O livro que eu li, lembro-me ainda, era velho, as folhas amareladas pelo tempo e por estar guardado numa estante. Ele me foi emprestado pela saudosa amiga, Socorro de Antônio Josias, e eu o folheava com um amigo, ambos espantados e cheios de emoção, afinal era Pombal, tão rica e tão bela culturalmente! Foi neste livro que soube dos cangaceiros da região, do ataque ao mais reforçado presídio da região, a nossa Cadeia velha, dos poetas e os seus versos belíssimos! Era tudo especial, e parecia que eu estava vivendo naquele espaço de tempo, que não me tinha sido permitido até então! Um dia eu tive de devolver o livro, mas passados os anos, ganhei uma edição revisada de minha amiga Zélia, o que me deixou mui feliz.
Acredito que ao relatar detalhes da vida de Wilson, revelados a mim em um dia, e tão resumidamente, tirem dele o mito, e o traduza humano e cheio de desejos por descobrir e tornar conhecido, todos os seus feitos. Sinto o peso da responsabilidade para com os leitores que são importantes para este blog, o nosso propósito não gira em torno da bajulação nem tão pouco da exaltação além dos limites humanos, pois revelo o homem e não o mito. Eu  vejo o pombalense Wilson Seixas da mesma forma, como vi e retratei outros filhos simples deste terra tão rica, pois tudo é traçado em  tom de simplicidade como foi a sua vida, e isto me faz feliz!
Durante toda a sua vida Wilson dedicou-se ao trabalho, destacando-se como:

- Professor no Colégio Diocesano;
- Professor na Escola Arruda Câmara;
- No Departamento Nacional e Obras contra a Secas(DNOcS), na qualidade de dentista;
- No INPs (hoje Instituto Nacional de Seguridade Social, INSS);
- Membro do Instituto Histórico e Geografico da Paraíba(IHGP), desde 18 de março de 1965, após o estouro do seu livro;
E como escritor, se destacou aopublicar as obras:

- O Velho Arraial de Piranhas;
- Os Pordeus do Rio do Peixe;
- Odontologia na Paraíba;
- Viagem através da Província da Paraíba;
- Santa Casa da Misericórdia da Paraíba.

Foi Wilson peça fundamental na preservação da nossa Cadeia Velha, quando surgiram desejos por sua demolição na década de 60(acredito que a primeira intervenção do Patrimônio Histórico estadual), ele também foi sócio da academia de letras da Paraíba em Campina Grande, membro da Associação de Odontologia de Campina Grande, e membro conselheiro da Fundação Laureano, entre outros feitos de suma importância para a história da Paraíba, que lhe renderam a comenda do Mérito Cultural ‘’José Maria dos Santos’’.
A Wilson Seixas, o nosso muito obrigado! Sua paixão pela Terra de Maringá, o levou inconscientemente a tornar-se o maior historiador que esta cidade já viu! Poderá ainda haver com muito esforço, num futuro próximo, alguém com tamanha paixão por sua terra natal e humildade! Que o Deus da vida, que é inovação, revelação e Amor, o abençoe, perdoe fraquezas, e conceda-te a paz.


Adaptado da autobiografia de Wilson Nóbrega Seixas, por Paulo Sérgio.
            

domingo, 1 de julho de 2012

Atêncio Bezerra Wanderley,10 de janeiro de 1913 a 14 de agosto de 1992.


                Atêncio Bezerra, era o caçula da casa, nasceu no sítio Arruda, Município de Pom­bal, hoje pertencente a Paulista-PB, no seio da família do Cel. Josué Bezerra de Sousa (idealizador do Colégio Josué Bezerra, em sua homenagem, por ter sido ele um dos mais interessados no projeto, segundo Ariosvaldo Linhares), e dona Esmerina Bezerra Wanderley. Por irmãos teve Antônio, Avani(esposa do saudoso Bianou Arruda, e esta era louca pelo irmão Caçula), Climene, Nice (Avó de Nabor), Hercilio, Hélio, e Quermine(casada com Sádio Wanderley, pai de Severino Sadio, outra figura simples, mas renomada por seus dons na medicina, assim como o seu tio).
Semelhante a todas as crianças do seu tempo, que eram de famílias mais favorecidas economicamente, pode aproveitar as oportunidades e até extrapolar nas cavilações infantis, pois conheceu, naquela fase da vida, o significado da felicidade, da roupa rasgada pe­los garranchos dos matos, da baleeira, do cava­linho de osso, das pedras nos passarinhos, das formigas, dos banhos de riacho e de cacimba, das corridas dos jegues e das figuras feitas em casca de melancia. Suas primeiras letras foram orientadas por seu pai,  seu primeiro mes­tre, e vale salientar quê este, não tinha nível de instrução além do primário incompleto. O ensino se restringia à leitura, exercícios de escrita e cálculos aritméticos. A partir daí passou a estudar so­zinho: Aritmética, Álgebra, Geometria, História do Brasil, Geografia, Ciências Naturais, Gramá­tica Portuguesa e Francês, a língua estrangeira mais estudada na época.
Do sítio Arruda deslocou-se para Campina Grande onde se matriculou no Instituto Pedagó­gico, hoje Colégio Alfredo Dantas, ali permane­cendo quatro anos, de onde saiu com o Curso Comer­cial incompleto. De lá, no ano de 1935, seguiu para Recife, matriculando-se no Colégio Salesi­ano, onde iniciou e concluiu o Curso Ginasial, transferindo-se posteriormente para o Ginásio Pernambu­cano onde fez o Curso Secundário, atual ensino médio. Após o concurso vestibular obteve a aprovação, e ingressou na Faculdade de Medicina do Recife, hoje pertencente à Universidade    Federal de Pernambuco, concluindo o Curso Médico aos 15 de de­zembro de 1945,  destacando-se como um dos me­lhores alunos da turma. No início do ano de 1946,  regressou à Pombal.
  No dia  29 de novembro de 1947,  se deu em matrimônio com Cacilda Medeiros Wanderley, de cujo consórcio nasceram os filhos: Dr . Marcus Vinícius, Dra. Berta Letícia (casada com Dr. Ugo Ugulino), Dra. Alba Rejane (esposa do Dr. Gilberto Albuquerque Espínola), além da Dra. Ana Valéria.

``Dr. Atêncio foi o Médico, o Professor e Homem Público!``

Suas ativida­des como médico em Pombal, tiveram início em 1947, em um cosultório, até mal instalado, dado o motivo que não havia hospital na épo­ca (O hospital e Maternidade Sinhá Carneiro, abriu suas portas no ano de 1959). Agora  a grande realidade, é que a Clínica  do Dr. Atêncio, era semelhante a do Dr. Avelino Elias de Queiroga, seu grande companheiro na medicina, ela era móvel! Exercida na cidade, nas casas, nos sítios, ou pequenos povoados, a qualquer hora do dia ou da noite, só bastava chegar um mensageiro.
Andarilho dos sertões inós­pitos, anos a fio, mártirizou-se na missão su­blime de salvar vidas, enfrentando, muitas ve­zes, a dureza dos invernos tempestuosos, a aridez causticante das secas, a inclemência do sol, as veredas infestadas de insetos. Não poucas vezes subiu serras a cavalo para aten­deir casos de partos em risco, atravessou rios a nado ou em pequenas canoas.
O amigo Zé Enfermeiro lembrou: -`` Cansou de sair daqui a noite de baixo de Chuva, num fusca, num jipe ou mesmo a cavalo. Aqui só tinha dois médicos que não mediam esforços, para atender a noite, eram Atêncio e Dr. Avelino, e a qualquer hora, que chegassem chamando, eles iam!  Dr. Azuil e um outro que tinha, por aqui, não atendia a noite de modo algum! Agora eu achava engraçado quando eles saiam e realizavam os partos nas casas. E quando voltavam eu perguntava quanto tinham ganhado, aí o Dr. Atêncio dizia assim: - O homem só disse: - Deus te pague doutor! E era esse o pagamento de antigamente! Era um almoço; uma galinha! Muito diferente do que agente vê hoje!``
Atencio Bezerra foi uma figura singular na medicina pombalense, com mais de 40 anos de médico. Simples, competente, despretensio­so,   sem ambições financeiras. Exerceu na Medicina um verdadeiro sacerdócio, fazendo do seu consultório um templo e do seu trabalho, uma  oferta, um serviço!           
Ajudou o seu pai a fundar o antigo Colégio "Josué Bezerra", teve o seu nome, pois desde 12 de março de 1949, vinha educan­do a juventude pombalense, prestando serviços de relevância a toda essa comunidade. A administração do colégio, foi passada para a Igreja Católica de Pombal, e foi desativada, quando ainda era representada pelo Pe. Sólon Dantas de França. O referido Padre, instalou em seu lugar as faculdades de Ciências Contábeis de Pombal-FCCP, e tive a oportunidade de estudar lá, além da Faculdade de Agronomia, também desativada por dificludades financeiras. Bom, nessa estrutura física funcionou a Universidade Federal de Campina Grande(com campus próprio), e atualmente está alugado a Escola Decisão sob administração da Prefeitura municipal.
Soube, de um fato bastante curioso: A chegada do Pe. Lourival na Paróquia de São Pedro Apóstolo, no bairro do Guindaste em 1967! Segundo Maciel Gonzaga Luna(na época coroinha do Mons Oriel), a presença do padre, despertou e atraiu a participação dos jovens daquele bairro e ainda algumas pessoas do centro. Em face a essa realidade, cogitou-se a possibilidade de solicitar o famoso vigário para liderar e assim cativar ainda mais o povo da matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso. Bom, foi ele, Dr Atêncio, incubido por alguns moradores do centro da cidade, para solicitar do bispo Diocesano Dom Zacarias Rolim de Moura, o pedido destes moradores(uma gentileza, claro!), e empossar o Pe. Lourival, que era jovém e bem para frente nos trabalhos pastorais, e por este motivo estava alavancando aquele templo, no  maior bairro de nossa cidade. O problema estava no Mons Oriel, cuja formação o deixou conservador, e  tinha ainda a idade mais adiantada, por esses motivos algumas pessoas o deixava passar despercebido, mas ele era boa gente, e prestativo para com o povo. Soube por Clemildo Brunet que o Padre  Lourival, estava apoiando a ele e a  Zeilto Trajano para instalarem em Pombal, aquela que seria, a primeira rádio AM de frequencia modular, pois estava dando muita força e total apoio para o investimento. Talvez até ajudasse financiando. Disse Clemildo: -‘’ Quando o bispo percebeu o intuito da população e tomou conhecimento das idéias de uma rádio para Pombal, que seria uma concorrência perigosa para a rádio Alto Piranhas AM, mesmo com 100km de distância, ele cuidou de transferir foi o reverendíssimo Lourival para outra cidade!’’ 
Dr. Atêncio exerceu diversas atividades nas instituições de nossa cidade e no estado entre elas:
- A Unidade Sanitária Estadual;
- Secretário da Saúde do Município de  João Pessoa-PB;
- O Posto Médico de Puericultura (hoje Escola Municipal Nª Srª do Rosário);
- A Cooperativa do D.N.E.R(Departamento Nacional de Estradas e Rodagens);
-O Hospital e Maternidade Sinhá Carneiro, (trabalhou durante muitos anos, gratuitamente, em razão da natureza filantrópica da Institu­ição. Instalou, naquele Mosocômio, um modesto laboratório de análises e um serviço de eletrocardiografia, o primeiro do sertão e do interior do Estado, depois de Campina Grande);
   -Foi feito membro da Academia Paraibana de Medicina(e ocupou a cadeira de Chateaubriand Bandeira de Melo, Médico, Benfeitor e Politico, de São João do Cariri,   na referida Academia);
- Serviço de Assistência Médica da Previdência Social(este em Sousa – PB);
- Hospital Alcides Carneiro em Campina Grande –PB;
- Professor de  Física e Matemática no Antigo Ginásio    Dioce­sano de Pombal;
- Física e Química no Antigo Colégio      Estadual de Pombal,  hoje Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio "Arruda Câmara";  tendo sido o seu Diretor "Josué Bezerra";
Consagrado com três vitórias eleitorais, uma de Prefeito Municipal, quando  assumiu a Prefeitura de Pombal, a 31 de janeiro de 1969, em plena.vigência do Ato (1969 a 1973) e duas de Deputado Estadual (1979 a 1983 e 1983 a 1987), chegando a ser Vice-Presidente da Assembleia Le­gislativa da Paraíba, mantendo sempre um desem­penho seguro e equilibrado, sem demagogia. Nun­ca perdeu a credibilidade, quer na ação parla­mentar, quer na ação executiva. Por isso, sem­pre mereceu o respeito da população. Uma vez que por Pombal ele trabalhou desenvolvendo estas atividades:

- Criou os símbolos do Município, a Bandeira, com a colaboração do Instituto de Heráldica da Paraíba;
- Organizou a contabilidade pública e pôs em dia as prestações de conta do Poder Munici­pal;
- Celebrou convênios com o Mobral para o ensino de adultos;
- Contratou médicos e dentistas para atendimen­tos nos postos distritais;
- Recuperou todas as escolas da zona rural;
- Recuperou o Posto Médico"desta cidade;
Suas colaborações, em diferentes áreas,co­mo Saúde, Educação, Vida Pública, bem atestam o seu valor. Lutou na defesa dos interesses do povo e das Instituições, buscando sempre o so­cial;
- Diretor Social do Pombal  Ideal Clube;
- Fundador do Rotary Club de Pombal, e vale res­saltar que era o único sócio fundador que ainda permanecia na ativa, com admirável as­siduidade às suas reuniões;
- Conselheiro da Fundação'Laureano, de João Pessoa - PB.

Dr. Atêncio, possuía a simplicidade dos humildes(quando prefeito, recebeu em sua casa os atores principais do primeira longa metragem da Paraíba, Fogo - Salário da Morte, do pombalense Josué Bezerra Filho), simplicidade, é a pri­meira qualidade de educador,  que sabe que, a cada dia,   sua vida encerra uma nova lição, e que deverá ser  aprendida. O Magistério de Pombal orgulha-se e sen­te-se honrado de ter tido como professor, um Mestre da dimensão do Dr.   Atencio. Poucos sabiam, mas Atêncio Bezerra Wanderley, ooutro médico dos pobres, falava fluentemente o Francês, Latim , Alemão e o inglês, era um super dotado! Mas pouco revelava estes dotes pessoais, preferia revelar sua esposa D. Cacilda Medeiros, à qual ele dizia ser: "a razão de sua vida, companheira de todas as horas, segurança dos triunfos, e força nas suas dificuldades.’’ Sua vida se foi.  Seu exemplo ficou.
Felizes os que descobrem que as potencialidades humanas devem ser utilizadas a serviço do bem comum. O Dr. Atencio fez essa desco­berta! Pela sua trajetória, vemos que sua vida, que parecia simples, encerrou tanta grandeza, como somente grandeza sabem ter os que, como ele, fazem da existência uma doação, uma en­trega .
Partiu no Hospital da Be­neficência Portuguesa, em São Paulo, e foi sepultado em Pombal,  em 16 de agosto de 1992.
Ao Dr. Atêncio, o nosso muito obrigado. Obrigado por sua total entrega e doação ao povo humilde desta Pombal, quem dera que este teu exemplo fosse seguido  por tantos outros profissionais nestes dias. Que o Deus da vida o recompense e te conceda a paz.

Texto adaptado da homenagem elaborada pela da Professora, Joana Ivonildes Bandeira, de rascunhos do próprio Atêncio, por Paulo Sérgio.