``Esta hora respira uma beleza quase divina: salva os sentimentos, pois a mulher ao invés de abençoar é abençoada.``
Ivanil Salgado, era filha do casal Antônio Salgado de Araújo e Maria Arnaud Salgado (Mariinha), aos três anos de vida perdeu sua genitora, a partir daí foi morar no sítio Assento da Pedra e criada como neta na casa de dona Doninha. Cursou o colegial, no antigo Curso de Madureza, no Colégio Nossa Senhora das Neves, em João Pessoa- PB ; Posteriormente, como uma exigência para lecionar, terminou o Curso Pedagógico na Escola Normal Josué Bezerra em Pombal, escola esta que futuramente iria lecionar.
Sua grande paixão sempre foi o magistério que desempenhou impecavelmente. Mestra por vocação ensinou na cidade de Campina Grande- PB, no Colégio Estadual João Moura e no Colégio das Damas, lecionou ainda na Escola Estadual João da Mata, e por muitos anos foi Diretora Escolar além de lecionar no Colégio Josué Bezerra, no curso pedagógico, ambos na cidade de Pombal- PB. Além do magistério Ivanil, gostava de escrever crônicas literárias, biografias e cronológicos escritos de forma manuscrita, reverenciando seus familiares e entes queridos que partissem em busca da eternidade.
``Este grito que abalou rochedos celebrou o sete de setembro como o dia da Pátria, data magna da nacionalidade... ``
``Pombal, nascente radiante de formosura do milagre Divino, sob a bendita proteção de Nossa Senhora do Bom Sucesso... ``
Ivanil Salgado de Assis

Acredito que não poderia me esquecer de Nachite Coelho Viana (Tita para os filhos e sobrinhos), ela chegou ainda Mocinha no início de sua união, e a auxiliou na criação de seus filhos, além de um braço forte nos momentos finais de sua passagem aqui na Terra.
Era grande a movimentação na casa de Ivanil e Geraldo Arnaud no dia da Ceia Santa, pois exatamente neste dia, ela tinha um capricho especial para apresentar aos seus filhos e amigos sua mesa variada, farta e bonita, trazendo doze tipos de comida, acredito que fosse uma simbologia particular, representando ou uma simples dedicação a cada um dos apóstolos do Senhor. Será sempre uma doce recordação, para todos, não só o banquete, mas a grandiosidade de seu gesto.
Quando ouvi falar a respeito de dona Ivanil, idealizava uma senhora distinta, bem refinada e cheia de mordomias como meia dúzia de senhoras importantes, que conhecia nesta vida, enganei-me! Pois quando fui apresentado formalmente àquela senhora, pude constatar uma simplicidade e uma doçura em seu semblante, nobreza e paz no seu olhar, e me recordei da minha bisavó Ana, unicamente pelos cabelos brancos e sua simplicidade, ela era muito doce, sem falar na baixa estatura. As palavras desta mulher admirável, até então apenas pronunciadas aos meus ouvidos através de suas crônicas, não me deram a descrição exata, mas fugia dos traços citados no parágrafo anterior literalmente, como disse, demonstrava ter pouquíssimo apego às coisas materiais, e a forma como tratava aqueles que a serviam, deixava boquiabertos todos os freqüentadores de sua casa, pois tinham por ela um sentimento filial. Na sua casa, na rua Cel. João carneiro,114, Brígida, Lucelma Santos e Negro Tico, nunca foram tratados diferentes dos filhos ou netos que andavam por lá, eram seus iguais, ela até ajudava a enxugar a louca, era admirável isso, não foram falsas as lágrimas que rolaram nos rostos de todos!
Ivanil Salgado, era toda determinação, não se permitia desistir! As voltas e tropeços da vida renderam a ela muita força. Enfrentou situações dolorosas para uma filha, sofreu com preocupações de mãe, como tantas mães por aí, lutou contra um câncer, mas conseguiu alcançar os seus sonhos, viu seus filhos se realizarem na vida, venceu o câncer por duas vezes, e terminou os seus dias com a lembrança de uma vida, ou de um beijo no seu único e verdadeiro amor, na sala de sua casa onde passaram toda sua vida juntos na hora da saída para Campina Grande , uma consulta de rotina, ela beijou o seu velho e respeitado companheiro, e dias depois na casa de sua filha Ivanoska. Deve ter sido muito linda esta cena, afinal sessenta anos são sessenta anos, e sadios vale salientar!
A esta senhora que se alegrava com minha visita e pude dar a ela uma rosa branca no dia do seu aniversário assim que nos conhecemos, e assim como aquela rosa adornando a sua sala, ela adornou a vida de tantas pessoas, fazendo parte da história da nossa terra de Maringá, o meu muito obrigado, que o Majestoso Deus da Vida a recompense muito!
Adaptado da biografia elaborada por Severino Coelho, por Paulo Sérgio.
Adaptado da biografia elaborada por Severino Coelho, por Paulo Sérgio.
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