quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Jackson Alves Vieira, 18 de setembro de 1929 a 10 de Janeiro de 1999.


Jackson nasceu na comunidade Maniçoba mais precisamente no Sítio Porcos. Era filho do casal Alvino Alves Vieira e Maria Lima de Sousa, que formaram uma família de 7 (sete) filhos.
Pode-se dizer que teve uma vida simples, nada de luxo, tinha apenas sua casa própria, era uma casa pequena, porém feliz.  Realizado se tornou no dia 26 de setembro de 1981 quando aos pés de Nossa Senhora do Rosário, uniu-se em matrimônio com Antônia Maria de Sousa Vieira, sendo celebrados os seus votos pelas mãos do Pe. Sólon Dantas de França que confirmou o seu juramento de amor e fidelidade. Tiveram ainda como padrinhos, o senhor Alcides Alves Vieira e Manoel Vieira. Acredito que Jackson cumpriu os votos que fizera a sua esposa e a Deus, ela da mesma maneira! Segundo relatos próprios de dona Antônia, ele sempre foi um bom marido e não deixou nada faltar, apesar das dificuldades financeiras. Infelizmente o casal não teve nenhum filho para ajudá-los.
Ao longo de sua existência trabalhou na agricultura com seus pais, depois veio para a cidade e prestou serviços remunerados na Prefeitura Municipal de Pombal, e depois de um tempo passou a trabalhar no Hospital e Maternidade Sinhá Carneiro onde era jardineiro, função esta que desempenhava com todo o zelo e carinho.
Aos domingos era comum ver aquele senhor de cabelos grisalhos e óculos com suas lentes grossas, camisa branca, calça comprida jeans e sandálias de rabicho, que preparava o material litúrgico para a celebração da santa missa na igreja de Nossa Senhora do Rosário às 07h00min da manhã. Claro que tudo isso era feito depois de ter tocado a chamada nos sinos roucos, pois o Pe. Sólon gostava que assim o fizesse. Um detalhe que vale apena ressaltar é que tudo isso o fazia por amor e não recebia nenhum dinheiro por essa atividade extra, em sua vida.
Lembro-me ainda, quando ele vinha dando os últimos retoques no cálice, eu fitava os olhos no trabalho rápido do amigo, e achava tudo bonito! A primeira impressão ficou bem marcada, eu pensei que aquele senhor fosse ranzinza, ou metido, por estar sempre calado, mas logo desfiz os equívocos que erroneamente ajudei a produzir na minha mente. Na realidade ele era muito doce, um tipo calado e concentrado no preparo da liturgia, mas que depois de terminar tudo, revelava um senso de humor que poucos o tinham. Aquele senhor calado ao exercer suas funções de sacristão naquela igreja deixava transparecer no olhar uma plena satisfação digna dos que fazem o bem, e buscam a fidelidade ao reino, guiando-se pela Palavra.
Ao que me consta, Jackson não gostava de faltar às missas, por isso no ultimo domingo de sua existência sobre terra, abriu com seu companheiro e amigo João Coremas (Rei da Irmandade do Rosário), pela ultima vez a igrejinha de Nossa Senhora do Rosário, mesmo se queixando que já estava sentindo algumas dores, disse a sua esposa e ao senhor Coremas, mas mesmo assim cumpriu seu papel, depois de tudo pronto na igreja, saiu rapidamente e foi ao Hospital Sinhá Carneiro onde trabalhava como uma despedida as coisas que gostava de fazer, depois seguiu em direção a sua casa, quando enfartou na calçada da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso e nos deixou. Naquele dia eu não fui para a missa no Rosário, deixei para vir as 9h00min na matriz e quando lá cheguei, recebi o comunicado do acontecido, senti muito e ainda sinto.


A Jackson, jardineiro por profissão e sacristão por amor, o meu muito obrigado, por sua dedicação a esta cidade, suas igrejas e o seu povo. Sua simplicidade muito me ensinou, que o Deus da vida o recompense sempre, pois você foi um exemplo simples de ser humano dedicado ao próximo, descanse em paz.


                                                                                             Texto de Paulo Sérgio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário