segunda-feira, 14 de maio de 2012

Luís Marcelino de Souza, 12 de maio de 1928 a 30 de setembro de 2008



Filho do casal José Marcelino de Souza e dona Maria Raimunda da Conceição, Luís criou-se junto dos seus irmãos: Francisco, Hosana e Rita Marcelina (mãe de Sérgio Lucena, in memória), nasceu nos arredores de Paulista, na época, município de Pombal. Estudou até o quarto ano primário, não pode continuar, pois tomava conta da família (Soube que quando quiseram levantar sua primeira casinha, seu Luís ficou no sitio cuidando dos trabalhos da roça, e o seu irmão Francisco Marcelino, iniciou seu trabalho na Empresa Brasil Oiticica), quando deixou a propriedade, veio para Pombal, tentar a vida como operador de máquinas na Brasil Oiticica, junto com seu irmão, iniciando em meados da década de 40 e se estendeu até o início dos anos 60.
No dia 08 de dezembro de 1965 (dia de Nossa Senhora da Conceição), conheceu Felizarda  Benigna de Souza (ela era filha do casal Júlio Benigno de Souza e Maria Firmino de Sousa, neste dia já trocaram alianças; 04 de dezembro de 1966 confirmaram o compromisso, casando no dia 28 de dezembro de 1968, meses após ele regressar de Fortaleza- CE, onde também trabalhou. Desta união, nasceram os filhos José Marcelino Neto  e Luis Filho, e os educou com muito zelo. Dona Vanda comentou, que Luís, era tão brincalhão que inventou a brincadeira do apanhado, aplicada quando os meninos diziam que ia sair; a brincadeira era, segundo dona Vanda: -‘’Quando os meninos iam saindo de casa, Luís corria e gritava: - Apanhado! Está com você!  Aí não prestava não, começavam a correr para tocar nele e devolver o apanhado, era muito bonito vê-los assim!’’ Vanda Continuou: -‘’ Uma vez ele comprou umas mangas lá na banca de Benigno Inocêncio (in memória), no mercado, as mangas eram tão azedas, que não tinha quem agüentasse chupar, aí foram para a lavagem. No outro dia ele foi na banca de Benigno aí cheio de brincadeiras disse: - Mais Benigno, meu amigo, ontem a noite eu estava sentado na sala e ouvi os porcos gritando, aí eu pensei que eram os meninos dando neles, eu reclamei, e um deles gritou que não estava dando nos bichos, mas era eles que estavam chupando as mangas que eu comprei ontem aqui!’’
Luís Marcelino,trabalhou como telefonista, quando os telefones eram instalados na Escola João da Mata. Trabalhou ainda na cooperativa agrícola, mas devido a problemas de saúde ele foi encostado. Dona Felizarda, sua esposa, contou: -‘’ Dr. Ademir diagnosticou Hérnia de disco, mas como estava meio receoso o encaminhou para João Pessoa. Antes de viajar fez exames com Dra. Menininha, e também bateu um raio-X, antes de viajar. Nisso quando lá apresentamos, revelaram um problema renal(um rim era maior que o outro e estava paralisado, tinha de fazer tratamento para reduzir), já estava pronto para ser cirurgiado, quando uma mulher disse para minha irmã(que na data  trabalhava no Hospital Laureano, e conseguiu novos exames para ele), não deixar ele ser operado, então apresentou os resultados ao Dr. Arthur(In memória), que de fato, não recomendou a cirurgia, pois segundo o médico ele ao ser anestesiado não mais levantaria daquela cama,  apenas o tratamento era o suficiente. Eu só sei que ele voltou para casa e por  muitos anos ficou sem sentir nada.’’
Dona Vanda disse: -‘’Feliz de quem tem um esposo como o meu! Ele era atencioso, respeitador, homem honesto e dado ao trabalho! Luís depois que foi encostado, comprou um carro e foi trabalhar como taxista. No seu tempo eram: Pedro Victor(Assassinado covardemente na Serrinha, na década de  80), Chico Raul e seu irmão Manoel, Jonatan(João Nata, in memória,  pai de pastorzinho), além de Flecaman (hoje aposentado), Negro Bia, Edigar, Gregório, Luís Cristiano, Orígenes, Chapéu (in memória), Nanico, Osvaldo Otacílio, Zé Lagoa, Bolinho( morto por um patrulheiro da Rodoviária Federal, por causa de mulher), e  Zominho (este auxiliou em alguns nomes na pesquisa), na ativa, ainda, no que restou da velha praça de taxistas do centro da cidade. Sei que quando ocorreu o caso com Pedro Victor, estávamos pensando que tivesse sido Luís, pois só falavam em um taxista de cabelos grisalhos e com isso, ao ser esclarecido tudo, ele ficou meu receoso, mas não se intimidou! Bom, nós queríamos que ele deixasse, mas nunca o forçamos a nada, sempre ficou muito a vontade!’’
Luis Filho disse: -‘’ Certa vez aconteceu um acidente próximo de Paulista, e veio um rapaz pegar um taxi, para socorrer os feridos, eles saíram e andaram muito, quando papai perguntava aonde era o local, o rapaz só dizia: Não sei, é ali! E foi dando um negócio ruim, nele, então de repente avistaram uma grande pedra, e abaixo os feridos. Pai então disse: -Mais rapaz você me deu um susto! Eu pensava que fosse um assalto! O que aconteceu , foi que o pobre rapaz estava nervoso devido o susto do acidente, que estava desorientado.’’
Seu Luís estava numa cidade em Fortaleza-CE, com Chico, e pediram um prato de macarronada,  mas quando serviram o prato constataram que o macarrão era seco e coberto de óleo, ai ele exclamou lá ao garçom: -‘’Eu saí da Paraíba para comer este macarrão com óleo, por macarronada! Todos riram dele!’
Todas as tardes ele ia na casa de Bubil, pois me recordo sempre passar pela Rua do Comércio, e topar com ele lá, sentado no batente da porta, serio, mas observador aos transeuntes daquela famosa rua.
A Luís Marcelino o nosso muito obrigado, sua garra proporcionou inspiração a diversos pombalenses, que hoje também batalham para vencer nos diversos campos da vida. Fostes um exemplo de superação e de vitória. Que o Deus da vida, o recompense, e te conceda a paz.



                                                             Texto, Paulo Sérgio

2 comentários:

  1. parabéns amigo paulo pelo belo trabalho tão bem elaborado que sirva de exemplo para nossa vida.

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  2. esta narração me emocionou bastante porque um dos versos foi citado o nome de meu pai que também fez parte desta história.

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