domingo, 28 de agosto de 2011

Maria Leosilda Leite da Nóbrega, 16 de abril de 1968 a 03 de julho de 2004

         Leosilda, é a filha caçula do casal Olegário Praxedes da Nóbrega e de Corina Leite da Nóbrega, nasceu na cidade de Pombal – PB, no seio de uma família cuja prole é composta de cinco irmãos.
Viveu toda a sua adolescência e juventude na cidade, cursou o antigo primário e o Ensino médio na Escola Estadual de 1 º e 2 º graus “Arruda Câmara“, cursando, ao mesmo tempo o Pedagógico, na Escola Normal “Josué Bezerra”, concluíndo tudo em 1988.
No dia em 06 de junho de 1987, casou-se com José Willames Batista de Assis, filho de Joaquim Lúcio de Assis e de Dulce Batista de Assis, pois era o seu grande amor, com quem teve seu único filho Kervy Taffarel Leite da Nóbrega Assis. Ao lado de seu esposo sempre trabalhou ajudando a sua família no trailler de lanches que ambos possuiam e depois no anos a frente no Mercadinho Bom Sucesso ( o qual ajudou a adquirir), além das suas atividades como educadora. Em junho de 2000, Zida, como era conhecida na cidade, recebeu a grande notícia que havia passado no concurso público da Prefeitura Municipal de Pombal, sendo classificada na 18ª posição para o cargo de professora do Magistério – MAG I, onde foi lotada para a Escola Municipal de Ensino Fundamental “Professor Newton Seixas” (CAIC), ensinando a 4ª série do ensino fundamental.
Em 12 de julho de 2002, a professora Leosilda conclui o curso de Licenciatura em História na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, em Patos, continuando a prestar serviços na mesma escola e dedicando-se incansavelmente. Sua contribuicão para a formação escolar e social daquele alunado durante quatro anos,( período curto, mas, que deixou em todos a marca da dedicação, responsabilidade e competência desta brilhante professora), foi de suma importância. Isso porquê foi acometida por um aneurisma cerebral, que a levou do nosso convivio, falecendo no Hospital de Emergência e Trauma, na capital do Estado, deixando para os familiares, amigos, colegas de trabalho além dos seus alunos, o sentimento de saudade , exemplo de vida e a certeza de que ela está junto de Deus.
Em dezembro de 2007, os seus alunos que ora concluiam o 9º ano do Ensino Fundamental, prestaram uma bonita homenagem por ocasião da Missa dos Concluintes, mais uma vez emocionando a todos os seus parentes e amigos.
Trago algumas recordacões de Leozilda, pois todas as tardes que tinha de folga, vinha auxiliar o seu marido no mercadinho, agente entrava para comprar, e lá estava ela pronta a nos atender! Um tanto concentrada e séria, mas muito receptivel, essa era a sua marca, e também gostava de fumar, quando sorria ficava bem a mostra um pontinho de sinal no canto do lábio superior. Lembro-me de uma tarde e salvo o engano, foi este o horário que ela entrou numa ambulancia para viajar , eu estava abrindo a igreja e a vi, eu não sabia era ela que ia se consultar, pensei que fosse ser acompanhante de alguém, mais depois recebi a triste notícia de sua partida e demorei para acreditar, pois era tão jovem e cheia de vida, com um desejo de vencer e crescer que até me surpreendeu, mas todos iremos um dia e não importa quantos anos temos nem o que fazemos, simplesmente partiremos!
A amiga Leozilda, o meu meu muito obrigado por sua contribuicão e dedicacão aos meninos de nossa Pombal. Sua luta será reconhecida além de sua determinacão implacável pela boa aprendizagem! Que o Deus da vida a recompense e te dê a paz.


Texto adaptado da biografia elaborada pela família, por Paulo Sérgio.

Benigno Estevão de Sousa, 22 de Julho de 1938 a 30 de Novembro de 2007.

          Benigno, nasceu na antiga Rua do Comércio (hoje Rua Cel. João leite), na casa de Sônia de Maria das Dores (hoje casa de Bubil). Era filho do casal Cândido Benigno de Sousa e Francisca Izabel de Sousa, suas primeiras letras iniciadas mais ou menos no ano de 1945, na antiga escola de dona Marinheira e lá cursou até 4º série primária, sabe-se que deu muito trabalho a sua saudosa professora, com suas travessuras de menino que renderam a ele alguns castigos.
Homem feito casou-se com a jovem Maria da Salete Bispo de Sousa, no dia 10 de dezembro de 1965, e deste relacionamento feliz nasceram os filhos, Estela Mares, Damares, Francisco Benigno, Clodoaldo (Adinha), Valmares, Lindamares e Valma Laene.
Seu talento sempre foi para os serviços de lanternagem, trabalhou na oficina de Zé Nicácio, e começou a comprar materiais de oficina para si, e no ano de 1978 abriu sua própria oficina, localizada na Rua Pe. Amâncio Leite, foi quando  Levi Olimpio Ferreira antigo conhecido (que se tornara prefeito de Pombal), o trouxe para trabalhar na Rua João Lúcio Pereira no ano de 1984.
Algo que marcou a lembrança do pai Benigno, para os seus filhos era o jogo de sueca com os amigos no terraço de casa nos horas de folga, na Rua do Rio (rua de Baixo), e da paixão que sentia pela musica, em especial nas vozes inesquecíveis de Luis Gonzaga e Nelson Gonçalves. Gostava tanto de ouvir estes cantores que todos os dias quando o vizinho ligava o motor rádio no programa de musicas do Luis Gonzaga ficava no portão fitando o rádio ao longe como se estivesse num completo relaxamento. Possuía um vasto acervo destes dois artistas, além de outros cantores da antiga que conquistaram tantos brasileiros. Soube que ligava o seu som e cantava as suas preferidas, com voz de um amador, mas que agradava a quem o ouvia gesto repetido antes de nos deixar, pois fora acometido de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Para todo mundo dava uma alcunha (apelido), em todo mundo mesmo, pois na filha Estela, repreendida pela mãe Salete, devido às suas peraltices ele dizia: - você já virou um ``casco de burro``, e não aprende, este termo pegou!  
Lembro-me de Benigno lidando com seus funcionários: Negro Chico, Marquinhos de Negro Antônio(Aleijado),  Antônio (Carrapato), Sula (Boca Preta), e Deda(Meota), claro que passaram outros, e era bem engraçado a forma como tratava todos eles, sempre coma maior gozação, tirando a paciência dos jovens. A gente era crianças e ficava na porta da oficina e ajudava a lixar os carros  que ele pegava para pintar, isso de dia, e no final da tarde aprendíamos a aprumar carro na oficina de Benigno. Funcionava assim, os homens se esforçavam empurrando os carros e nós conduzíamos até o interior do prédio, e a noite, bom, a noite, Cielio(Carcará), Lindomar(Gazo), Júnior (Boquinha), eu além de outros meninos daquela rua, brincávamos nos carros que ficavam estacionados na porta da oficina. Eu lembro que ficava torcendo para ficar algum pois era muito interessante apertar os pedais da embreagem, freio e acelerador, e se não ficasse teríamos de inventar outra brincadeira como do tipo: toca, rouba bandeira ou garrafão.
Benigno me respeitava muito, geralmente algum mal feito que aparecia ele colocava para Cielio ou para os outros meninos. Era comum acordar e de longe visualizar ele acocorado na porta da oficina, gritando com o vizinho, ele perguntava: - Foi você, não foi Carcará, que mexeu nos carros ontem a noite? Eu tomara ver viu! De casa eu ficava só olhando o menino com ar desconfiado só balançava a cabeça negativamente, mas que sabia que tinha sido agente mesmo!
            Menino é fogo, ora acerta, mas também se perde, começava o trabalho dai a pouco os insultos começavam, cada qual que quisesse agradar mais , para ser escolhido e dirigir a tardinha. De repente ele chegava e botava todo mundo para correr dizendo: - Vão acanalhar na casa de vocês magote de vagabundo! E todos se espalhavam, não havia o que fazer, era esperar para cair no esquecimento e voltar todo encabulado novamente. Uma vez lembro-me que ele prendeu Cielio no prédio de Lobão (estava emprestado à oficina para guardar alguns materiais), mas soltou cinco minutos depois, o amigo estava se desmanchando em lágrimas, era bem engraçado, e como eu fiquei rindo ele prometeu me prender também, só que não conseguiu me pegar, pois eu quando estava com medo corria bastante, por este motivo escapei!
            A rua ficou deserta quando Benigno retirou a oficina, não me lembro agora os motivos reais, que o levaram a fazê-lo, só sei que fez! Aí só o víamos aos domingos, quando ele vinha religiosamente visitar os amigos que fizera, na nossa rua. Era muito interessante vê-lo rindo, pois levava a mão à boca já sungando os ombros e rodando para o lado.
            Ao amigo Benigno muito obrigado por seus serviços prestados a nossa Pombal, pois sua simplicidade e seu jeito de homem /menino fez florescer a alegria nos corações de muitos que participaram de sua vida, que Deus o recompense muito e te dê a paz.


                                                                         Texto de Paulo Sérgio

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Maria de Jesus Guedes Medeiros , 03 de dezembro de 1924 a 09 de abril de2010

               A menina Maria de Jesus, 3º filho dentre os 10 do casal Antônio Firmino da Nóbrega ( um paraibano) e Deolinda Guedes da Nóbrega (pernambucana), nasceu  no sítio Santo Amaro, município de Pombal - PB. Como sendo a 1ª filha do casal foi levada a pia batismal da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso, no dia 24 de dezembro de 1925. Cursou os primeiros anos escolares no sítio onde residia e veio para a cidade de Pombal continuar seus estudos, aos 16 anos, no Grupo Escolar João da Mata com as professoras Edi Seixas e Clesilte Lessa Nóbrega, ficando em companhia de seus tios e padrinhos Simplício Ferreira da Nóbrega e Guilhermina Medeiros além de sua prima, Cessa Medeiros.
            Em 1946, Maria de Jesus iniciou um namoro com seu primo Severino Nóbrega de Medeiros que já era comercialmente em Pombal e, em 06 de setembro de 1.947, houve o enlace matrimonial na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso. Do casal nasceram três filhos: Carlos Antônio, Sônia Maria e Paulo Roberto Guedes de Medeiros. Do 1º e 3º filhos nasceram cinco netos: Carlos Antônio Guedes de Medeiros Júnior(in memória), Renata Karina e Alessandro Henrique Pereira de Medeiros; Felipe e Guilherme Bandeira de Medeiros.
            Além da profissão de costureira, desde 1947 ela acompanhou seu marido, no comércio, até o falecimento dele, em 17 de fevereiro de 1.975. A partir de 1.976, o equilíbrio e persistência de dona  Jesus foram evidenciados, pois, arregaçando as mangas, assumiu de direito e de fato as suas funções, passou a conduzir sua família e administrar os negócios agropecuários e comerciais, com maestria. Portadora de um espírito empreendedor admirável,  e uma autodeterminação em preservar os bens deixados por seu falecido esposo, bem como a dedicação aos filhos, atenção à educação dos netos e foco na união de todos os familiares.
            Em 1989, Maria de Jesus fez a sua viagem a Europa. Conheceu algumas cidades da França e da Espanha, além de visitar a Basílica de Nossa Senhora de Fátima e a Capela da Aparição em Fátima - Portugal. Participou das celebrações da Semana Santa junto ao Papa João Paulo II, durante a Via Sacra no Coliseu e na Basílica de São Pedro, no Vaticano - Roma. No domingo de Páscoa ela visitou a Basílica de São Marcos em Veneza - Itália. Durante todo esse passeio pela Itália, ela estava em companhia do então seminarista, e atual Padre, Agripino Ferreira de Assis um filho de Pombal.
            Dona Jesus recebeu varias homenagens, da Associação Comercial de Pombal, em 1998, reconhecendo a honradez impregnada no seu tirocínio, outorgando-lhe o Título de Honra ao Mérito pelos 51 anos de atuação no comércio, à frente da Casa Borborema. Em 2007, recebeu o prêmio Troféu Imprensa pela publicidade contínua da Casa Borborema. Em março de 2009, foi homenageada pelo Poder Legislativo de Pombal, no Dia Internacional da Mulher por seu destaque na sociedade pombalense. Também foi homenageada na “Festa dos Filhos de Pombal”, em dezembro de 2009.
Maria de Jesus gostava de flores, talvez pela beleza, inocência e pelo perfume que exalam por doação, gratuitamente: Função divina. Por isso, regava diariamente seu jardim, pois, assim alimentava o desejo de estar perto das rosas. Talvez a invocação de um imaginário de infância ou um bem-estar adulto. Seria a observação diária do ato divino de doar, de exaltar a beleza e, também, a vontade de querer imitar as flores e confundir-se com elas no seu dia a dia. O seu coração morava por entre flores, doação e silêncio. Estando em meio a essa tríade, pouco importava a ela o barulho do mundo. Hoje, o coração dela já não pulsa mais. Contudo, no silêncio da mãe-terra que a recebeu docemente descansa em paz. Era religiosidade pura, não perdia nenhuma missa dominical, gostava de participar as 09h00min, sempre no mesmo local com sua mantilha sobre a cabeça como sinal de humildade como faziam nas épocas tradicionais. Após a missa seguia para sua propriedade para acompanhar os trabalhos desenvolvidos sob sua orientação.
De dona Jesus me lembro que algumas vezes aos domingos visitei a sua casa sempre à tarde, era o horário mais apropriado para encontrá-la em casa, tinha prazer em abrir as portas para Alex Nóbrega (seu parente) e eu, o sacristão da igreja matriz. Nós íamos para curiar o passado e ouvíamo-la a contar como era na sua juventude, ou as histórias de Chico Pereira (o Cangaceiro), e sua esposa Jarda (prima dela), sua luta com o seu esposo o senhor Severino, e como fizeram para uma promessa na capela de São Severino dos Ramos, mas para chegar ao destino final teve de ser levado nos braços pelo filho, pois já estava enfermo, e como pagou o voto. Por diversas vezes nos mostrou o álbum de família e mostrava com orgulho os seus filhos contando como cada um havia atingido o seu objetivo profissional, depois um lanche que nos oferecia mais contos! Nós ficávamos deslumbrados com tudo aquilo, era como viver em uma época que infelizmente não tínhamos tido o prazer de conhecer, pois sei que a nossa história é riquíssima e triste ao mesmo tempo!  
             Esta mulher lutadora, acreditem, trabalhou com perseverança todos os dias, até os seus 86 anos de vida, foi um exemplo de determinação, luta e boa conduta.
            A Dona Jesus o meu muito obrigado pelas histórias que me proporcionou ouvir e viver ao mesmo tempo, que Deus a recompense por tudo, e descanse em paz.

Texto adaptado de Momentos de vida de uma “mulher de fibra” da Família Guedes de Medeiros, por Paulo Sérgio.





quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Manoel de Souza Bandeira, 21 de Novembro de 1918 a 26 de Junho de 2011.


Bandeira nasceu na comunidade de Lagoa Escondida, 19 dias após o falecimento de seu pai, e sua mãe Joana de Souza Bandeira batalhou muito para criar o seu único filho, que desde pequeno mostrava tino para a música e para a dança.
Em 1936, Bandeira foi para a cidade de cajazeiras a fim de estudar no Colégio Diocesano Padre Rolim de Moura. Agora homem feito, iniciou seu primeiro emprego no cartório de 1º oficio no ano de 1941, na qualidade de escrevente.
            Comprou e instalou a Difusora Guarany, a primeira que funcionou em Pombal de 1942 a 1947, sempre no sobrado de Joaquim Assis e tinha como Locutores: Agu Rodrigues e Manoel de Souza Bandeira.
No inicio de 1945 foi trabalhar na Coletoria Estadual Federal como servente. Trabalhou em Patos, santa Luzia, Cajazeiras, Princesa Isabel, Piancó, Catolé do Rocha e Antenor Navarro. Terminando o seu tempo de serviço na cidade de Sousa onde passou 20 anos trabalhando, saindo com a função de Auditor Fiscal do tesouro Nacional.
Contraiu núpcias no dia 11 de marco de 1948 com Maria Rosiclear Salgado, e deste enlace surgiram os filhos: Kleber, Alberto e Gutembergue salgado Bandeira (in memória). Era um homem festivo e animado, gostava do seu trabalho, do campo e da diversão. Este ultimo era tanto, que o impulsionou a ajudar na fundação do Pombal Ideal Clube (PIC), e se tornou o Primeiro presidente sendo sua gestão 1962/1963. E foi um dos fundadores da primeira vaquejada, sempre acompanhado por sua esposa que o incentivava.
Já em 1953 vende a difusora a Afonso Mouta que acabara de chegar do estado do Ceará e passou a chamá-la difusora Tabajara, acabou funcionando em 1958 no prédio do Cine Lux, (recém inaugurado), onde criaram o maior programa de auditório da região nas manhãs de domingo, o Calouros Matinais  e tinha como apresentador Vicente Candeia e Manoel Bandeira animador de auditório. Por este saudoso palco passaram diversos talentos locais, a exemplo de Raimundo Nizio, Ivo Geraldo (o Diamante Negro), Zoraíde de Zaida , Fonhonhom entre outros, que na disputa recebiam vários brindes. 
Após canidatar-se em 1962 é eleito vereador em nossa cidade e a partir de 1963, passa a defender os interesses do seu povo na Câmara Municipal.
O casal Alegria, Manoel Bandeira e Rosiclear Salgado criam em 1969,  o "Bloco do Sujo" que brilhou  no Carnaval de Pombal por muitos anos.
Em 14 de fevereiro de 1979, as famílias Salgado e Bandeira deram o seu ultimo adeus a Rosiclear Salgado, Manoel ficava viúvo e com três filhos já adultos. 
Após dois anos de solidão, Bandeira resolve casar-se novamente, e escolheu por esposa Maria Betânia Rodrigues, uma jovem moça que adornou ainda mais a sua vida, depois que deu a ele uma garotinha, Johâma, pouco tempo depois de casados. Infelizmente Bandeira tem seus sentimentos de pai abalados pela perda de seu filho Gutemberg Salgado, que se foi prematuramente.  A vida continuou e 4 anos depois da perda de Gutemberg nasce Bandeirinha o filho caçula do casal.
Tudo era paz nesta família até que Bandeira foi acometido de um problema de saúde que o submeteu a um tratamento longo, mas recuperou-se três anos depois, eles tinham muita fé. 
Sua paixão pela música outrora mencionada o levou a montar uma banda, quando tocava no Grupo de Casais em Cristo sob a administração de Aninha de Paulinho Pereira, além de tocar e animar nas celebrações das missas de 9h00min na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso.
Acredito ter sido muito doloso para este homem ter de deixar Maria Bethania uma mulher caridosa com os que os serviam, além de compreensível partir. Ela que lutou tanto contra um câncer de útero, sempre acreditando em seu Deus, pois era muito religiosa.
Lembro-me de seu Bandeira, com seu carro marca Ford, e depois numa S10 a gasolina, vinha certo todos os dias, dava a volta ao redor da matriz para não pegar a contramão daí estacionava o carro debaixo dos pés de figo, e  marchava para dentro da igreja, fazia sua reverencia, orava um pouco e assistia a missa sempre no mesmo lugar, bem ao lado do altar central aos pés de São José. Era um homem bom, gostava de ajudar aos amigos, mas não era muito fã de empréstimos! Lembro-me das vezes em que brincávamos Alessandre Araújo e eu, chamando Bandeira de ``podre de rico``, ele dava um pulo assustado e abria um sorriso. Daí a pouco lançava a proposta de trocar todo o seu patrimônio pela juventude e saúde de qualquer um de nós dois, Alex o indagava como se daria a troca e quando obtinha a resposta que teria de ficar rico e velho, desistia, e novamente os risos surgiam! Dizíamos: deixe-nos pobre mesmo senhor Bandeira! Era bem engraçado, pois ele revelava um espírito de menino brincalhão!
O tempo passou e Bandeira deixou de vir à missa, agora estava convalescendo em seu quarto.  Sofreu e soube suportar as suas dificuldades de saúde mais uma vez, pois foi feliz nos seus últimos dias. Ele foi acompanhado por seus filhos, Johama e Bandeirinha, estes dois dedicaram-se de corpo e alma, e contaram com dedicação integral de Graça Gomes, uma amiga fiel de Bandeira. Tanto o é verdade que Kleber, Beto Bandeira suas esposas e o médico da família apontam que o genitor da família Bandeira teve uma vida longa devido ao bom tratamento que recebeu, além das visitas dos amigos Miguel Queiroz e Francisco (Chico da Igreja).
A Manoel Bandeira, um verdadeiro visionário em seu tempo, o meu muito obrigado! Através do seu espírito inovador, favoreceu ao progresso desta cidade majestosa de riquezas incalculáveis, riquezas estas aprimoradas em suas mãos de agricultor, auditor e também apresentador das alegrias deste povo. Que Deus o recompense e o tenha na sua glória. 








                                              Adaptado da biografia elaborada por Johama Bandeira, por Paulo Sérgio.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Jackson Alves Vieira, 18 de setembro de 1929 a 10 de Janeiro de 1999.


Jackson nasceu na comunidade Maniçoba mais precisamente no Sítio Porcos. Era filho do casal Alvino Alves Vieira e Maria Lima de Sousa, que formaram uma família de 7 (sete) filhos.
Pode-se dizer que teve uma vida simples, nada de luxo, tinha apenas sua casa própria, era uma casa pequena, porém feliz.  Realizado se tornou no dia 26 de setembro de 1981 quando aos pés de Nossa Senhora do Rosário, uniu-se em matrimônio com Antônia Maria de Sousa Vieira, sendo celebrados os seus votos pelas mãos do Pe. Sólon Dantas de França que confirmou o seu juramento de amor e fidelidade. Tiveram ainda como padrinhos, o senhor Alcides Alves Vieira e Manoel Vieira. Acredito que Jackson cumpriu os votos que fizera a sua esposa e a Deus, ela da mesma maneira! Segundo relatos próprios de dona Antônia, ele sempre foi um bom marido e não deixou nada faltar, apesar das dificuldades financeiras. Infelizmente o casal não teve nenhum filho para ajudá-los.
Ao longo de sua existência trabalhou na agricultura com seus pais, depois veio para a cidade e prestou serviços remunerados na Prefeitura Municipal de Pombal, e depois de um tempo passou a trabalhar no Hospital e Maternidade Sinhá Carneiro onde era jardineiro, função esta que desempenhava com todo o zelo e carinho.
Aos domingos era comum ver aquele senhor de cabelos grisalhos e óculos com suas lentes grossas, camisa branca, calça comprida jeans e sandálias de rabicho, que preparava o material litúrgico para a celebração da santa missa na igreja de Nossa Senhora do Rosário às 07h00min da manhã. Claro que tudo isso era feito depois de ter tocado a chamada nos sinos roucos, pois o Pe. Sólon gostava que assim o fizesse. Um detalhe que vale apena ressaltar é que tudo isso o fazia por amor e não recebia nenhum dinheiro por essa atividade extra, em sua vida.
Lembro-me ainda, quando ele vinha dando os últimos retoques no cálice, eu fitava os olhos no trabalho rápido do amigo, e achava tudo bonito! A primeira impressão ficou bem marcada, eu pensei que aquele senhor fosse ranzinza, ou metido, por estar sempre calado, mas logo desfiz os equívocos que erroneamente ajudei a produzir na minha mente. Na realidade ele era muito doce, um tipo calado e concentrado no preparo da liturgia, mas que depois de terminar tudo, revelava um senso de humor que poucos o tinham. Aquele senhor calado ao exercer suas funções de sacristão naquela igreja deixava transparecer no olhar uma plena satisfação digna dos que fazem o bem, e buscam a fidelidade ao reino, guiando-se pela Palavra.
Ao que me consta, Jackson não gostava de faltar às missas, por isso no ultimo domingo de sua existência sobre terra, abriu com seu companheiro e amigo João Coremas (Rei da Irmandade do Rosário), pela ultima vez a igrejinha de Nossa Senhora do Rosário, mesmo se queixando que já estava sentindo algumas dores, disse a sua esposa e ao senhor Coremas, mas mesmo assim cumpriu seu papel, depois de tudo pronto na igreja, saiu rapidamente e foi ao Hospital Sinhá Carneiro onde trabalhava como uma despedida as coisas que gostava de fazer, depois seguiu em direção a sua casa, quando enfartou na calçada da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso e nos deixou. Naquele dia eu não fui para a missa no Rosário, deixei para vir as 9h00min na matriz e quando lá cheguei, recebi o comunicado do acontecido, senti muito e ainda sinto.


A Jackson, jardineiro por profissão e sacristão por amor, o meu muito obrigado, por sua dedicação a esta cidade, suas igrejas e o seu povo. Sua simplicidade muito me ensinou, que o Deus da vida o recompense sempre, pois você foi um exemplo simples de ser humano dedicado ao próximo, descanse em paz.


                                                                                             Texto de Paulo Sérgio.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Ivanil Salgado de Assis, 11 de Outubro de 1924 a 19 de Janeiro de 2011.

           
            ``Esta hora respira uma beleza quase divina: salva os sentimentos, pois a mulher ao invés de abençoar é abençoada.``
Ivanil Salgado, era filha do casal Antônio Salgado de Araújo e Maria Arnaud Salgado (Mariinha), aos três anos de vida perdeu sua genitora, a partir daí foi morar no sítio Assento da Pedra e criada como neta na casa de dona Doninha. Cursou o colegial, no antigo Curso de Madureza, no Colégio Nossa Senhora das Neves, em João Pessoa- PB; Posteriormente, como uma exigência para lecionar, terminou o Curso Pedagógico na Escola Normal Josué Bezerra em Pombal, escola esta que futuramente iria lecionar.
Sua grande paixão sempre foi o magistério que desempenhou impecavelmente. Mestra por vocação ensinou na cidade de Campina Grande-  PB, no Colégio Estadual João Moura e no Colégio das Damas, lecionou ainda na Escola Estadual João da Mata, e por muitos anos foi Diretora Escolar além de  lecionar no Colégio Josué Bezerra, no curso pedagógico, ambos na cidade de Pombal- PB. Além do magistério Ivanil, gostava de escrever crônicas literárias, biografias e cronológicos escritos de forma manuscrita, reverenciando seus familiares e entes queridos que partissem em busca da eternidade.

``Este grito que abalou rochedos celebrou o sete de setembro como o dia da Pátria, data magna da nacionalidade... ``
``Pombal, nascente radiante de formosura do milagre Divino, sob a bendita proteção de Nossa Senhora do Bom Sucesso... ``

                                                      Ivanil Salgado de Assis

 Apesar das dificuldades na sua infância, soube ser uma jovem forte , pois a vida exigiu dela sem piedade, mas agora ivanil era mulher feita, e buscou a sua felicidade. Deus concedeu a ela um grande e inesquecível amor, no seu caminho pôs um homem muito honrado, e digno dos seus sentimentos, este homem, Geraldo Arnaud de Assis que no dia 28 de dezembro do ano da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, 1950 a conduziu ao altar na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso, e quem assistiu os seus votos de amor, foi ninguém menos que o padre vigário, o Monsenhor Valeriano Pereira. Desta união nasceram: Geraldo Júnior( Dr.Geraldinho), Olenka, Odilon e Ivanoska, além de ter criado o sobrinho Alberto Bandeira (Beca), o qual considerava parcela de seu coração. Os filhos cresceram e também seguiram o exemplo de seus pais, dando ao casal, os netos tão abençoados, Geraldo Terceiro, Danuta, Caroline, João Geraldo, Breno, Arthur, Caio, Artur José, Bernardino Terceiro, Alberto Segundo, Pollyana, Tiago e Liana. Ela teve o prazer de ter no colo seus bisnetos: Nara Nair (filha de Caio), Júlia, João Victor (filhos de Bernardino Terceiro), bem como Gabriela, Guilherme, Rafaela e Ana Clara (Filhos de Dr. Albertinho).  
Acredito que não poderia me esquecer de Nachite Coelho Viana (Tita para os filhos e sobrinhos), ela chegou ainda Mocinha no início de sua união, e a auxiliou na criação de seus filhos, além de um braço forte nos momentos finais de sua passagem aqui na Terra.
Era grande a movimentação na casa de Ivanil e Geraldo Arnaud no dia da Ceia Santa, pois exatamente neste dia, ela tinha um capricho especial para  apresentar aos seus filhos e amigos sua mesa variada, farta e bonita, trazendo doze tipos de comida, acredito que fosse uma simbologia particular, representando ou uma simples dedicação a cada um dos apóstolos do Senhor.  Será sempre uma doce recordação, para todos, não só o banquete, mas a grandiosidade de seu gesto.
Quando ouvi falar a respeito de dona Ivanil, idealizava uma senhora distinta, bem refinada e cheia de mordomias como meia dúzia de senhoras importantes, que conhecia nesta vida, enganei-me! Pois quando fui apresentado formalmente àquela senhora, pude constatar uma simplicidade e uma doçura em seu semblante, nobreza e paz no seu olhar, e me recordei da minha bisavó Ana, unicamente pelos cabelos brancos e sua simplicidade, ela era muito doce, sem falar na baixa estatura. As palavras desta mulher admirável, até então apenas pronunciadas aos meus ouvidos através de suas crônicas, não me deram a descrição exata, mas fugia dos traços citados no parágrafo anterior literalmente, como disse, demonstrava ter pouquíssimo apego às coisas materiais, e a forma como tratava aqueles que a serviam, deixava boquiabertos todos os freqüentadores de sua casa, pois tinham por ela um sentimento filial. Na sua casa, na rua Cel. João carneiro,114, Brígida, Lucelma Santos e Negro Tico, nunca foram tratados diferentes dos filhos ou netos que andavam por lá, eram seus iguais, ela até ajudava a enxugar a louca, era admirável isso, não foram falsas as lágrimas que rolaram nos rostos de todos!
Ivanil Salgado, era toda determinação, não se permitia desistir! As voltas e tropeços da vida renderam a ela muita força. Enfrentou situações dolorosas para uma filha, sofreu com preocupações de mãe, como tantas mães por aí, lutou contra um câncer, mas conseguiu alcançar os seus sonhos, viu seus filhos se realizarem na vida, venceu o câncer por duas vezes, e terminou os seus dias com a lembrança de uma vida, ou de um beijo no seu único e verdadeiro amor, na sala de sua casa onde passaram toda sua vida juntos na hora da saída para Campina Grande , uma consulta de rotina, ela beijou o seu velho e respeitado companheiro, e dias depois na casa de sua filha Ivanoska. Deve ter sido muito linda esta cena, afinal sessenta anos são sessenta anos, e sadios vale salientar!
A esta senhora que se alegrava com minha visita e pude dar a ela uma rosa branca no dia do seu aniversário assim que nos conhecemos, e assim como aquela rosa adornando a sua sala, ela adornou a vida de tantas pessoas, fazendo parte da história da nossa terra de Maringá, o meu muito obrigado, que o Majestoso Deus da Vida a recompense muito!




Adaptado da biografia elaborada por Severino Coelho, por Paulo Sérgio.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Margarida Pereira da Silva, 18 de julho de 1950 a 05 de outubro de 2000.

No Sítio Olho D'água  localizado no território de Pombal- PB nasceu Margarida. Sua família muito humilde, porém honrada era composta por 04 irmãos, seu pai Francisco (um agricultor) e sua mãe Antônia, que além de cuidar dos filhos e dos afazeres domésticos, também auxiliava seu esposo no trabalho da roça. 
Para poder estudar, o único jeito encontrado pela jovem Margarida foi trabalhar no Colégio das Freiras localizado aqui em nossa cidade. Lá germinou a primeira semente de lutar em prol da melhoria de vida de  outras “Margaridas”.
Ela começou suas atividades na área social aos 17 anos, organizando um grupo de crianças para recreação e lazer aos domingos, além de montar  uma turma de estudo da língua inglesa na periferia de Pombal - PB.  Já em 1977, juntamente com um grupo de brasileiros e alemães, que por aqui estavam a serviço por um período de dois anos, fundou a Creche “Pequeno Príncipe” inicialmente com 35 crianças, passando a atender posteriormente, 144 na faixa etária de 0 a 07 anos de idade. Como se não bastasse esta ampliação no atendimento destas crianças que deixavam a creche por atingir a idade máxima de permanência na instituição (07 anos) e, percebendo que quase nada se tinha feito em favor dessas vidas, que, indefesas, continuavam a perambular pelas ruas da cidade, catando lixo e restos de alimentos, sem escola, ou sem famílias e ainda por cima, sem lazer! Percebeu que algo a mais precisaria ser feito, e ela fez!
No ano de 1986, fundou o Clube do Menor Trabalhador-CTB (hoje Centro de Educação Integral “Margarida Pereira da Silva” - CEMAR), em decorrência da ampliação das ações de desenvolvimento na Creche Pequeno Príncipe. Juntamente com pessoas ligadas e envolvidas com as questões relacionadas a crianças e adolescentes em situações de risco social, e desprovidas de assistência política e social básicas, por meio de grupos não governamentais que ganhou proporção. Tamanha determinação rendeu a nobre professora vários reconhecimentos e homenagens no exterior (títulos entre outros), e do sul do país (a Rede globo veio a Pombal e fez uma bonita homenagem no quadro Gente que Faz), fazendo revelar que uma nordestina mais precisamente uma paraibana de cor negra batalhou a custa de seu esforço e amizades que construiu, provou ser possível mudar a cara dos jovens deste país. Mas apesar dos esforços desta grande guerreira que lutou para que muitos pequeninos não tivessem uma vida de sofrimentos triplicados, resgatando- os desta linha de pobreza, ela foi pouco valorizada na sua terra natal, nem por isso ela fraquejou, continuou e continuou, como se fosse uma grande locomotiva que sonhava não em ser reconhecida pelos seus, mas simplesmente fazer o bem.
 Margarida foi ceifada do nosso convívio muito cedo, vitimada em um trágico acidente automobilístico, quando se dirigia para a cidade de Coremas, certamente esperava por lá auxiliar a mais alguém , como sempre o fez, foi a sua missão e a sua vocação. 
O seu exemplo de vida, fortaleza e luta por um futuro digno para crianças e adolescentes, está sendo vivenciado por àqueles que Margarida instruiu e deveras acolheram seus ensinamentos, e estão mostrando capacidade em ajudar os outros, dando um pouco do seu tempo, seu amor, seu trabalho e seu esforço, fazendo a diferença para os que procuram o CEMAR, que hoje completa 25 anos Fazendo Valer Direitos Humanos, e esse sempre foi o lema principal de Margarida. O CEMAR foi posso dizer não era o único , mas tornou-se o ultimo sonho desta mulher, a partir do sonho de uma criança simples vinda do sítio Olho D’água, que lutou e aprimorou os seus conhecimentos e jamais pensou no pronome meu, sempre foi nosso, pois a união de um grupo de amigos a ajudou a realizar este sonho para todos!
A Margarida Pereira, o meu muito obrigado, em nome da nossa cidade, principalmente pelos inúmeros empregos diretos e indiretos que a sua realidade proporcionou, sem falar dos lares e das crianças que hoje são homens e mulheres de bem, profissionalizados, capacitados e talvez não estejam ricas, mas aprenderam o valor da riqueza de ser solidário no serviço ao próximo. Ela simplesmente o foi... Margarida!
Que Deus a recompense por suas ações como mãe e educadora, pois você abraçou o futuro de muitos diamantes meninos e ajudou a lapidá-los em valiosos homens, por isso que o professor Luiz Barbosa(Luizinho), escreveu uma musica para homenagear o desempenho desta ilustre mulher, ele diz:

Ma
Mar
Marga
Margarida

Bela flor, uma vida
No sertão brotou
Se fez mulher
Se Fez mãe sem procriar
Sensível, guerreira e sonhadora
De tantos protetora...


Visite o CEMAR, e conheça o seu trabalho.

                                                  Adaptado da biografia elaborada pelo CEMAR, por Paulo Sérgio.

domingo, 14 de agosto de 2011

Almino de Oliveira 16 de Setembro 1935 a 04 de Julho de 2010.

Almino nasceu na Cidade de Bom Sucesso - PB, filho do casal Lucas de Almeida Filho e Rita Cardins de Oliveira, começou desde cedo a trabalhar na agricultura, pastoreando as ovelhas junto com outros dois garotos, um irmão e um primo próximo, mas todos os dez filhos do casal trabalharam na roça. A vida de Almino não se resumiria ao trabalho rural, logo cedo desenvolveu dons para a mecânica e consertava os mais diferentes tipos de motores e sua fama repercutiu, mesmo assim continuava ajudando seus pais no sítio, mas ele adquiriu um problema de saúde e por este motivo, não pode mais pegar no pesado. Casou-se no dia 28 de Novembro de 1957, com a jovem Raimunda Lima de Oliveira.
Meses depois do seu casamento, deixaram o sítio e vieram morar na cidade, ele trabalhou na cidade de Bom Sucesso, depois de ser descoberto por Lauro Paixão (na época prefeito de Bom Sucesso - Paraíba), em Jericó cidade próxima, também trabalhou sempre conduzido por seu Lauro, e quando Paixão veio embora para Pombal, trouxe a sua nova descoberta com ele, para trabalhar como mecânico na antiga e saudosa Brasil Oiticica, empresa que proporcionou durante muitos anos um desenvolvimento na economia local e por que não regional,  sim, uma vez que transportava toda a produção da região polarizada por Pombal naquela época.
Sua percepção para diagnosticar e resolver os problemas nos motores, rendeu a ele muitas viagens para Fortaleza-CE, a fim de auxiliar aos engenheiros da empresa. Relataram-me que foi não foi o avião baixava enviado pelos supervisores da Brasil, para levar Almino à capital cearense e nunca os desapontou. Pelo seu problema auditivo foi aposentado por deficiência e afastando-se de suas funções, montou sua própria oficina, mas sempre auxiliado por Lauro e Lourdes Paixão, que os tratavam como filhos. No ano de 1967, compraram seu primeiro automóvel, era um jipe que pertenceu ao Monsenhor Oriel Antônio, padre da freguesia. Em 52 anos de casado, Almino e Raimundinha não tiveram filhos biológicos, mas sua casa sempre foi aberta aos irmãos e sobrinhos do casal que vinham para estudar e eram muito bem acolhidos, sendo por fim adotados três destes sobrinhos, Luciana, Maria José e Maria de Fátima. Pela simpatia que possuía aqui em Pombal fez grandes amizades, como é ocaso do casal Nicacio Coutinho e Mércia, que representam aqui todos os que prezaram por sua amizade, e eu sei que foram muitos! Em virtude dos seus serviços relevantes, recebeu da câmara municipal desta cidade, casa Avelino de Queiroga, o título de cidadão pombalense em 05 de maio de1986, naquele mesmo ano foi convidado e entrou para a maçonaria, anos depois se afastou.
Deixou-nos vitimado por um câncer de pulmão, mas antes de morrer revelou para sua esposa e para sua irmã Nevinha, que aos doze anos de idade, quando ainda cuidava das ovelhas com os seus dois ajudantes, tiveram a visão de uma mulher muito bonita sobre uma grande pedra que existe ainda hoje no sítio de seus pais, e essa mulher era Nossa Senhora da Salete, pois segundo ele, ela chorava muito e os ensinou uma bonita oração (que não me foi revelada), além de alguns outros sinais deixados por lá. Como Almino não gostava de ser questionado sobre suas visões, resolveu deixar sua terra natal e tentar a vida em outro local, aonde ninguém soubesse deste fato, além disso ele revelou que a Santa pediu para ele não se casar, disse ele neste momento: -eu desobedeci!
Recordo-me de Almino um homenzarrão sempre trajando a mesma roupa, uma camisa, calca preta social e sapato vulcabras. Bom, quando eu era menino, vi por muitas vezes ele passar lá em casa brincado com meu avô, pegando-o pelas pernas paralisadas nos anos 50, ou com uma de suas mãos prensando as mãos do meu avô, às vezes não achava ser brincadeira e tentava ajudá-lo, mas não adiantava, ele me segurava com a outra mão, era um verdadeiro gigante! São tempos que não voltam nunca mais, porém estão guardados na minha memória. Eu sabia da amizade e do carinho que expressavam com suas brincadeiras, como pai sempre dizia: ``nós somos parente``. Fiz duas visitas a Almino enquanto convalescia e foi difícil ver tão frágil, o gigante que dominava um homem e um menino com suas mãos sem ao menos pestanejar, sinto falta de suas brincadeiras.  Que Deus o recompense na eternidade e que Nossa Senhora da Salete rogue por todos nós.

Paulo Telmo, um poeta repentista, prestou a sua homenagem dizendo:

Mecânico que consertou                           Onde os carros passava
Caminhão, Jipe e rural                             Num posto de gasolina
De Bom Sucesso a Pombal                      Tinha uma oficina
Tirou do pego trator                                   Aonde ele trabalhava
De repente se operou                               Todo carro ele arrumava
De um caroço pequenino                          Deixava funcionando
Morreu, foi para o céu divino                     Depois ia passeando
Pelo caminho mais curto                           Na rua do grande hotel
Pombal se cobriu de luto                           Almino foi para o céu
Com a morte de Almino                             Deixando Pombal Chorando...

``A melhor maneira de amenizar a saudade é ter orgulho da lembrança``
                                                                                                       Nevinha


                                                                                                                Texto de Paulo Sérgio.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Petronila Delfina de Sousa (Petú), 10 de Maio de 1919 a 12 de Março de 2011.

A senhora da rua Francisco Bezerra de Sousa, 996, que conheci quando eu era criança, fazia a alegria da garotada da cidade, ou pelo menos das do bairro Vida Nova, com suas inesquecíveis bolinhas de cumaru. Recordo-me que qualquer moeda que eu pegava, ia correndo naquela janela, baixa, de uma casa humilde com uma calçada alta para mim, e que ainda hoje é bastante alta, mas muito acolhedora. - Bom dia! Eu dizia, já batendo a moedinha no cimento da janela. -Eu quero duas bolinhas de cumaru! Daí a pouco um grito ecoava pela casa: ô Petúú! Petúú!!! Traga duas bolinhas de cumaru aí pro menino! E isso constantemente! Eu, eu achava muito engraçado aqueles gritos, é muito gostoso o sabor da lembrança e também o sabor da bola de cumaru feita de mel de rapadura e raspas de cumaru, depois de esfriado, mexido bastante e untado com goma, e em seguida cuidadosamente era envolta em dois pedaços de plástico fino e transparentes (coisas, não de uma comerciante comum, mas coisas de uma mulher que amava o seu trabalho e traduzia este amor, com suas mãos sofredoras dadas ao trabalho honesto), o docinho era especial para as crianças pobres e muito afamado para os adultos, eles até encomendavam para levar para a capital do estado. Eu lembro que ele grudava um pouco no céu da boca e depois se dissolvia à medida que agente tentava desgrudar.
Dona Petú nasceu em Piancó, possuía poucas letras, e ainda menina foi morar na casa de Euclides Formiga, no sítio Grossos pertencente a Pombal. Por lá passou muitos anos, ajudando na criação de seus filhos, que segundo informações, não desgrudavam da barra da sua saia. Soube até que os meninos faziam as capiloçadas e quando seu Euclides vinha para castigar, escapavam os que conseguiam se esconder sob a longa saia da querida Petú, eles descobriram cedo que com ela por perto, seu pai não os puniria, dessa forma conseguiram escapar das correções várias vezes!
Dona Petú era tão querida que não aceitavam a idéia de que ela pudesse faltar ou casar algum dia, mas algo estava reservado para ela. Foi quando apareceu o senhor Severino Candido de Sousa, fez o pedido e constituíram família, desta união nasceram dezesseis filhos, mas quatorze morreu ainda anjinho (como se diz no sertão), apenas Maria Petronila e Maria Daguia, homenagem a Nossa Senhora da Guia, uma vez que moraram na cidade de Patos, escaparam. Suas filhas foram suas amigas e tinham por ela grande afeição. Cuidaram e zelaram quando a velhice chegou, e só arredaram o pé de junto dela quando enfim nos deixou para o encontro com o Pai. Morreu na mesma simplicidade com que viveu intensamente a sua vida. O que mais me chamou a atenção conversando com Petronila, uma das filhas, é o fato de que antes de partir, olhou para enfermeira Paula, uma amiga que a estava acompanhando e perguntou quem era o santo que estava na sua frente. Aí ela disse:
- É Jesus, dona Petú! Ela acena para a sua visão particular, dá um suspiro brando e adormece calmamente como se costuma dizer, por aqui se foi como um passarinho!
A dona Petú o meu muito obrigado por ter contribuído para adoçar as minhas lembranças de menino, contribuído com a nossa Pombal e contribuído na vida de todos que se aproximavam dela, que Deus a recompense!


                                                                                                 Texto de Paulo Sérgio.